Foto colorida com vista de cima de sete fotos retangulares em tons sépia dos sapateadores Cora LaRedd, Florence Mills, Whitman Sisters, Nicolas Brothers, Jimmy Slyde, Jeni LeGon e Bill Bojangles Robinson, e de uma foto circular em escala de cinza do sapateador Gregory Hines. No fundo, um chão de madeira.

Por um sapateado antirracista!

Como brasileiras e brasileiros, compreendemos que estamos reescrevendo nossa história. Carregamos séculos de complexos processos de colonização, miscigenação e de narrativas que foram parcialmente contadas. Precisamos de coragem para encarar as violências que constituíram nosso país e mais coragem ainda para admitir o quão fomos e ainda somos falhos. É com humildade e também urgência que nós, da Cia. Pé na Tábua acreditamos que frente a questões sociais tão emergentes como o racismo, precisamos nos posicionar de maneira assertiva, sobretudo quando se trata de algo que nos atravessa diretamente. 

A Cia. Pé na Tábua compreende que a origem do sapateado norte americano é de autoria negra. Remonta a tempos em que pessoas negras foram escravizadas e levadas à força para outro território.

A Cia. Pé na Tábua compreende que a origem do sapateado norte-americano é de autoria negra.
É preciso que essa afirmação seja feita, pois em diversas publicações de livros que tratam sobre a história do sapateado, sobretudo a história do sapateado no Brasil, poucas foram as que analisaram o impacto do racismo em sua consolidação. Por vezes dizia-se que o sapateado foi uma “união” entre brancos e negros, tornando superficial os processos históricos que envolvem discriminação racial. O sapateado no Brasil, perto de outras manifestações culturais, é jovem. Foi por volta de 1940 que houve os primeiros registros de professores de sapateado por aqui. Nem tudo é sobre dor. É também sobre enraizar os pés no chão, percutir ossos, vibrar sons, criar música.
Se passamos para frente as poéticas do sapateado, precisamos sensibilizar também sobre tantas camadas que um dia foram invisibilizadas para caminharmos em direção a uma reparação histórica, que é o mesmo caminho de um futuro mais justo e honesto. O racismo não é um problema para pessoas negras resolverem. É um problema para a branquitude, como nós. Por isso, convidamos você a aquietar o coração junto de algumas indicações que temos a fazer. São livros, vídeos e demais conteúdos que fizeram com que a gente expandisse as ideias. Pensamos que pode ser importante para você tanto quanto foi para nós. Seguimos, somando na luta por sonorizar mais vozes e pés, de um modo plural, diverso e mais justo com a história do tap dance.

Sugestões de leitura

Capa de livro com o título em amarelo “Sim, eu posso” ocupando quase toda a capa. Na direita, o subtítulo “A história de Sammy Davis Jr”. Abaixo, os nomes dos autores: Sammy Davis Jr, Jane e Burt Boyar. E a logomarca da Editora Bloch.

Sim, eu posso. A história de Sammy Davis Jr

Sammy Davis Jr & Jane e Burt Boyar
Na autobiografia de Sammy Davis Junior, ressaltam aspectos menos conhecidos de uma carreira feita à base de sucesso e sofrimento. Um deles é a batalha contra o segregacionismo. Outro é sua emocionante conversão ao judaísmo.
Onde encontrar
Capa de livro com fundo amarelo e os escritos em preto “Djamila Ribeiro” e “Pequeno Manual Antirracista”. No centro, a pequena logomarca da Editora Companhia das Letras.

Pequeno Manual Antirracista

Djamila Ribeiro
Neste pequeno manual antirracista, a autora trata de temas como racismo no ambiente de trabalho, negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos. Argumenta que a ação antirracista é urgente e se dá nas atitudes cotidianas. É uma luta de todas e todos.
Onde encontrar
Capa de livro com fundo roxo e os escrito em tons de amarelo “Chimamanda Ngozi Adichie” e “O perigo de uma história única”. Abaixo a logomarca da Companhia das Letras.

O Perigo de Uma História Única

Chimamanda Ngozi Adichie
O perigo de uma história única é baseado na primeira fala feita pela escritora no TED Talk, em 2009. “As histórias foram usadas para espoliar e caluniar, mas também podem ser usadas para empoderar e humanizar. Elas podem despedaçar a dignidade de um povo, mas também podem reparar essa dignidade despedaçada.”
Onde encontrar

Sugestões de vídeo

Cartaz preto com o desenho do rosto de um homem com rosto fino e cabelo crespo armado e barba rala, dentro de um círculo branco. Abaixo do círculo, o nome “Leonardo” em branco e “SANDOVAL” em bege.

Ser Afrodescente nos EUA

IGTV @leonardoans
Nessa live, nossos amigos brasileiros Leonardo Sandoval (Music from the Sole, Dorrance Dance) e Gisele Silva (Music from the Sole, Syncopated Ladies), contam um pouco do turbilhão de emoções e desafios que viveram recentemente trabalhando como artistas nos Estados Unidos.
Assistir
Cartaz preto com a foto de uma mulher negra, segurando um par de sapato de sapateado, piscando um olho e sorrindo, dentro de um círculo. Abaixo do círculo, o nome “Ana” em branco e “GORI” em bege.

Mulheres do Tap Dance - Whitman Sisters

IGTV @anagori
Nessa série "Mulheres do Tap Dance", produzida pela querida sapateadora e pesquisadora Ana Gori, é possível aprender demais sobre a HISTÓRIA do sapateado e sobre as MULHERES do sapateado. Destacamos essa live em especial, mas recomendamos todas as lives produzidas por Ana, sobre a história do sapateado e o legado feminino negro. Impossível não se emocionar ao reconhecer a verdadeira origem do "shim-sham" (coreografia). Assista! Mais do que isso, ajude-nos a contar a história de forma justa e honesta.
Assistir

Dançar é também politizar-se.

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